Já sentiu como se não tivesse vivendo em totalidade? Como se faltasse algo... Uma sensação que chega até doer às vezes, de tão intensa. Por isso, a ansiedade pelo amanhã. Espero impacientemente por um futuro incerto, mas que me enche de esperança. Desejo ardentemente me livrar desse incômodo vazio que teima em existir. No fundo, aguardo dias melhores, e isso é quando estou bem. Quando estou mal, procuro uma razão, um significado ou objetivo para minha existência, e é desesperador quando tudo que tenho é silêncio... Mas, sabe que às vezes uma sensação boa de liberdade repousa sobre mim? Acho engraçado, e procuro entender o que acontece comigo. São turbilhões de sentimentos, pensamentos e expectativas. Há dúvida, mas também há reflexão. Muita reflexão, e isso tem me feito muito bem em alguns momentos, ao ponto de me fazer não desistir e ter certeza de que por ora, o melhor é prosseguir. E a vida continua, mesmo não sendo muito agradável às vezes. A dor é inevitavél, mas dar continuidad...
O rap, estilo originalmente africano, foi ressignificado pelos pretos dos Estados Unidos. Com o passar do tempo foi apropriado pelo sistema supremacista branco através do mercado da música, que esvaziou o sentido político/poético africano contido nessa manifestação social, um problema sério e que "acesso a recursos" explica. Percebam como o assunto é bem mais complexo. O buraco é mais embaixo. Por isso, pra mim o problema não é necessariamente a presença de brancos no rap, isso é algo inevitável. As pessoas (felizmente ou infelizmente), dependendo de suas trajetórias, acabam circulando por espaços diversos ao longo da vida. Não é combatendo brancos do rap que os problemas de apropriação e embranquecimento serão resolvidos, acho que essa é uma forma errada de abordar o problema, precisamos ir na raiz... E resgatar a essência política e africana do rap.
Lembro-me da primeira vez que o encontrei. Lembro-me de como seus olhos encheram-se d’água em nossa primeira conversa. Seu amor e fé me comoveram, me animaram. Tinha a simplicidade de um garoto e uma convicção contagiante; um idealista ele era. Um militante do reino que seguia seu caminho revolucionando através do amor. Como dói a perda de uma pessoa querida. Por mais que pensemos que ela está em um lugar melhor que este mundo, só de pensar que por um bom tempo não a veremos é quase que inace itável. Lidar com a morte é estranho, difícil, foge a nós. A impotência nos desconcerta ao ponto de não sabermos o que dizer. O silêncio e o choro são tudo o que conseguimos expressar. Sei que é por pouco tempo este afastamento, e em breve eu creio, estarei junto com Marcos e todo o resto da galera ao lado do Pai. Enquanto o dia não chega, o manterei vivo fazendo com que seus projetos não parem e tomando para mim seu exemplo de servo fiel. A morte não é o fim, é o retorno para casa. ...
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