O rap, estilo originalmente africano, foi ressignificado pelos pretos dos Estados Unidos. Com o passar do tempo foi apropriado pelo sistema supremacista branco através do mercado da música, que esvaziou o sentido político/poético africano contido nessa manifestação social, um problema sério e que "acesso a recursos" explica. Percebam como o assunto é bem mais complexo. O buraco é mais embaixo. Por isso, pra mim o problema não é necessariamente a presença de brancos no rap, isso é algo inevitável. As pessoas (felizmente ou infelizmente), dependendo de suas trajetórias, acabam circulando por espaços diversos ao longo da vida. Não é combatendo brancos do rap que os problemas de apropriação e embranquecimento serão resolvidos, acho que essa é uma forma errada de abordar o problema, precisamos ir na raiz... E resgatar a essência política e africana do rap.
Aqui estou eu. É engraçado como em 4 anos muita coisa muda. O tempo passa e a única certeza que tenho é que pouca coisa eu sei... quase nada. É engraçado perceber que com o tempo muito das minhas certezas e verdades inquestionáveis, caíram por terra. Na verdade estou em permanente desconstrução... essa é a palavra do dia! Mais do que nunca, o tão conhecido versículo "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos..." faz sentido para mim. TRANSFORME-SE, gritam-me os versos sagrados. Essa orientação vem de encontro à minha necessidade: Não me conformar com o desenrolar desse mundo. Não consigo aceitar que devo seguir o fluxo e achar impossível que alguma mudança possa acontecer. Não consigo me adaptar, achar natural. Para mim há algo muito fora do lugar no mundo conforme o conhecemos. Não há nada de saudável na maioria das nossas relações. Não há nada de normal na forma como nos vemos. É totalmente prejudicial a forma como tratamos a natureza, esquecendo-nos...
Lembro-me da primeira vez que o encontrei. Lembro-me de como seus olhos encheram-se d’água em nossa primeira conversa. Seu amor e fé me comoveram, me animaram. Tinha a simplicidade de um garoto e uma convicção contagiante; um idealista ele era. Um militante do reino que seguia seu caminho revolucionando através do amor. Como dói a perda de uma pessoa querida. Por mais que pensemos que ela está em um lugar melhor que este mundo, só de pensar que por um bom tempo não a veremos é quase que inace itável. Lidar com a morte é estranho, difícil, foge a nós. A impotência nos desconcerta ao ponto de não sabermos o que dizer. O silêncio e o choro são tudo o que conseguimos expressar. Sei que é por pouco tempo este afastamento, e em breve eu creio, estarei junto com Marcos e todo o resto da galera ao lado do Pai. Enquanto o dia não chega, o manterei vivo fazendo com que seus projetos não parem e tomando para mim seu exemplo de servo fiel. A morte não é o fim, é o retorno para casa. ...
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