Fora de mim





Mas isso eu não digo pra você, eu adoraria te encontrar e te dizer os piores desaforos, te chamar de tudo, berrar os palavrões mais inqualificáveis, abalar teus brios, mas não faço nada disso, agora fico em silêncio tal como você, os dois manipulando um ao outro com a quietude, apostando num desaparecimento que sempre alimenta interrogações, você tem vontade de me procurar? Quem de nós dois vai resistir mais tempo? Quando não desejo você morto, alimento a fantasia de que você seria capaz de assaltar um banco para ficar comigo outra vez. Não sei por que ainda considero importante que você me guarde na sua memória afetiva, se eu mesma já não me dou a mínima.

Martha Medeiros.

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